Recebí sua carta, exitei em abrí-la, quiçá, lê-la;
Engavetei-a e desengaveitei-a inúmeras vezes;
Saí da mesa de cabeceira e retornei tentando criar coragem de ler o que fora escrito por ti;
Isso foi suplicante, durou uma eternidade; mas enfim, aconteceu: abri o envelope, trêmulo, com receio de amarrotá-lo;
Li, li, li, outra vez li… fiquei em trânse. Entendi tudo o que estava posto naquele sulfite, mas não compreendi, como também não aceitei nem as próprias vírgulas.
Fiquei triste, esbravejei. Enfurecido, quase a destruí e a transformei em cinzas; mas recuei e a coloquei na gaveta. Naquela noite dormí, não sei como;
Dia seguinte, mente fresca, li a carta. Li outra vez, mais outra e outra, na ânsia de ver se conseguiria acatar seus argumentos em não aceitar minha proposta;
E assim continuei lendo, lendo, lendo… todos os dias. Isso aconteceu mil vezes; mil dias li aquela carta.
Acordei para a vida e tive a idéia de falar-lhe pessoalmente; mas após tanto tempo, cheguei tarde; pois entregastes o coração que imaginava um dia ser meu, a outrem.
Esperarei um milagre, em que, algum dia, possa receber uma segunda carta sua ao contrário da primeira…
Mauro Souza
www.www.maurogaiver.blogspot.com
Parabéns pelas lindas palavras que escreve em todos os seus textos!
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