reprodutor, surubim renomado,
com seu chocalho
pendurado,
ouve o aboio do vaqueiro, que,
com seu grito guerreiro,correm
os dois lado a lado.
A corrida na caatinga, entre jurema e sabiás,
com seus espinhos afiados arranham o couro
dos três:o vaqueiro aperreado com seu gibão
surrado, o cavalo alazão já cansado e touro
Surubim, pelos dois
resgatado,
voltam prá casa de vez.
Retornando à fazenda o
vaqueiro Capelão já muito
estressado,que pensando
em se apear,houve um
grito medonho que veio
do lado de
lá:
Era Coronel João Cedro que se pôs a
falar:Meu vaqueiro
cabra macho,sei
que tu tá no limite,fez um trabalho de elite;
mas a situação exige que tu volte no mesmo
trote,porque vaca malhada ficou na mata
largada pelo
vaqueiro Capote.
A novilha está amojada,
sozinha e abandonada,
sozinha e abandonada,
e em trabalho de parto
com bezerro atravessado,
o que requer muito cuidado.
É preciso agir depressa,pegue
o candeeiro, água comida, dinheiro,
e se acaso precisar leve o doutor
com muita pressa e lhe
dê essa
quantia dizendo que após,
lhe
mando outra remessa.
Capelão dá meia volta em disparada
à procura de Malhada,e antes da
chegada à casa
do Doutor,houve
um gemido de dor;entra numa
mata fresca e fechada,e, prá sua
surpresa, logo ver a novilha deitada.
Sem pensar duas vezes
parte logo prá ação, e
com grande
habilidade,
força coragem e bondade
mostra prá Malhada que
é homem de
bom coração.
Antes do raiar do dia
Capelão é só alegria,
retornando à
fazenda com
bezerro no colo, Malhada,
aliviada e agradecida, pisando
firme no solo.
Coronel João Cedro,
que cedo já está
de pé, recebe o
grande vaqueiro,
que mais uma vez
mostra o que é.
Coronel tão satisfeito,
recompensa Capelão,
com
tudo que tem direito:
Dá-lhe o título de Vaqueiro
Herói, o Touro Surubim e
o
Cavalo Alazão.
Já o Vaqueiro Capote,
sempre metido em
calote, perde a
cada
dia a confiança do patrão.
Sem pensar no que
faz só pratica má ação.
Coronel dá-lhe as ordens,
mas o cabra que tem sorte
acaba
por enrolar: corre
pra um lado e pro outro,
feito barata tonta,
sempre pra lá e pra cá.
O patrão que não é bobo,
ficou de olho no bicho, e
percebendo o que havia,
logo o chama pra conversa
e o mesmo
se esconde depressa
atrás dos pés de carrapicho.
Coronel muito
bravo brada
um grito estridente:
vem cá cabra da
peste e fica aqui
na minha frente.
Você recebeu minhas
ordens que só te ensinaram
o bem; mas
com essa
cabeça dura, que quebra
até rapadura, não vale
nenhum vintém.
Por essa e outras
coisas, tu passou
do limite, me dando
prejuízos, que até
eu contando, não
há quem acredite.
Quero que vá embora,
o que pra mim já
é tarde; pois as
tuas
atitudes mostram
que tu virou foi um
Vaqueiro Covarde!
Capote, transtornado,sai
dali sem destino.Chegando à
cidade, vai direto ao cassino,
gastando tudo que tinha,
cai no desespero e vai viver
em desatino.
Depois de muito
vagar, na vida sem
fronteira,pra não
passar fome vendeu:
chapéu,gibão e "pangaré"
lá na feira.
Sem mais nenhuma
esperança, numa forma
de vingança, se junta a
outro mau camarada, que
de uma maneira malvada
criam a famosa VAQUEJADA!
Saíram mundo a
fora ganhando muito
dinheiro e plantando
essa cultura, que todos
sabem que não passa
de loucura.
Maltratar os animais,
de forma cruel e
fugaz, só mostra pra
todo mundo o quanto
é ruim e COVARDE
esse rapaz.
Ganhou, fama, poder,
prestígio e dinheiro;
mas esse pobre
coitado
só mostrou à humanidade
o quanto é COVARDE
esse tipo de Vaqueiro!
Como se não
bastasse essa
prática medonha,
foi copiada na Europa
com o nome de “tourada”
num lugar chamado Espanha.
Essa coisa foi
crescendo, como
na guerra um tiroteio,
lá pros lados dos
States, surgiu com
nome de “rodeio”!
É preciso combater
esse tipo de maldade,
em toda e
qualquer
cidade; pois maus
tratos aos animais só
depende da humanidade!
Mauro Souza
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