-Dentro da minha caixa
oca craniana,
tento juntar neurônios
em forma de gincana;
- Puxo daqui puxo de lá,
não dá pra comparar,
não tenho dom do poeta,
teimo em me aventurar;
- Estudar,estudar, estudar,
pra ser poeta não dá,
a poesia é dom na caixa,
quem o tem, versos acha.
Mauro Souza.
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Podem me chamar de asno, equino, menos de homem;
Esse animal desinteligente chamado homem vive "fazendo bobagens" e pondo a culpa em mim;
Tudo que ocorreu, qualquer coisa que não deu certo, quem cometeu a falha logo é chamado de burro;
Então vamos esclarecer que burro não é homem e vice-versa;
Eu sou inteligente, trabalhador, honesto, amigo de verdade, sensato. Quanto ao homem, cá tenho as minhas dúvidas, mas deixa pra lá;
Homem, quando você ou seu colega fizerem "alguma idiotice", não digam que são burros, mas sim desinteligentes;
Doravante, vocês são DESINTELIGENTES, combinado?
Mauro Souza
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Ei, psiu, aqui em cima, ao lado, atrás, na frente,aqui embaixo,
é, sou eu mesma, a vírgula, é, muitas vezes eu também não me acho;
sou usada pra tudo e por todos, é um aluguel sem fim, sem descanso,
mas de tanto ser usada e até mesmo explorada, já nem mais me canso;
muitas vezes não me percebem, nem tão pouco me valorizam, me jogam pra lá e cá, feito bola,
me põem invertida, me chamam de aspas, noutra vez de apóstrofo e me esquecem sem demora;
ninguém percebe que sou minúscula, mas tenho a minha importância e isso faz diferença,
pequenina sou, mas a minha colocação, se não bem posta, pode causar, ou não desavença;
quando tratarem sobre mim, tenham muito cuidado, respeito e atenção,
pois se me tratam com desdém, me põem de qualquer jeito, e isso não é direito não!
Psiu, estou aqui!
Mauro Souza
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- Nós olhamos, flertamos, gostamos, até dançamos, mascarados e à distância segura, "ficamos"!
- veio de repente e sumiu a "quarentena",logo voltou com pseudônimo de "lockdown"; aí foi uma pena;
- nos procuramos, não nos encontramos, foi horrível: sem leitos, sem remédio, sem vacina, sem jeito...gente morta, feito horta... terrível!
- fui ao céu: Pedro, quero entrar, ela deve estar lá; volte, aqui não há mais vagas e mandei ela voltar, pois o Brasil já fez lotar;
-voltei, procurei, encontrei só o que lastimar, mais mortes, mais fome, mais miséria, porque nosso "GESTOR-MOR" não soube administrar!
COM PESAR,
MAURO SOUZA.
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A propósito, dois mortos na família e esposa em casa tentando escapar da Covid-19(parceira inseparável dos genocidas)!
Essa deusa chegou em Pedra Branca, nos anos 76, eu tinha 16, ela também. Logo me apaixonei. Mamãe, preciso de um kit poético pra conquistar uma garota. O que pretendes, quem é, qual idade? Margarida do tenente Bruno. O quê? Vais acabar preso! Chamou meu pai.Deixe, ele herdou o que fiz pra tirá-la das barbas do seu pai. Esperemos. Lá vai eu todo, feito Romeu à procura de Julieta: Fui a um jantar que sua me preparou: Pato assado,que amo. Levei a cigarret preferida de sua mãe; 16 Margaridas(roubadas, tinha que ser), na verdade tive apoio e torcida de todos; um vidro de perfume Promesa-da Mirurgya, e uma fita cassetete, onde gravei uma música do Rayol, que diz: "Margarida, doce guida perfumada como a flor..." sou tímido, mas romântico, anjo da guarda foi passear, onde mais precisei; ah, não tinha esse texto, não existia... saiu agora! Mamãe, fui. Deus te guie e dê juízo nessa hora e volte cedo e inteiro! Uns 500m metros da minha, casa, viagem quase sem fim...Chegando, fui recebido por uma criatura que não era da Terra. Me atrapalhei todo. Quase puz tudo a perder. Mas como ela foi feita de meiguisse: relaxe, estou pronta pra ouví-lo. Respirei e ainda um pouco engasgado, entreguei-lhe as flores, balbuciando: 16 margaridas para uma Margarida de 16anos. Agradeceu, com muita finesse, recebeu os outros presentes e me anunciou à sua mãe. Perguntei pelo tenente Bruno, mas já havia se recolhido; já era velhinho, mas não esqueceu de pedir desculpas e me dar boas vindas. Após o jantar, conversaremos na varanda. Se abanque aqui meu lindo, coma tudo; foi feito especialmente pra você. Faço muito gosto de você com minha filha. Calma, mamãe, vamos agradecer a Deus por esse momento e começarmos. Comi feito "um pachá"! Satisfeito? Agora vão namorar na varanda, que o café sai já. Mamãe! Oh, Mauro, meu querido, poderia deixá-lo expor o que sentes por mim; uma vírgula, qualquer não alteraria o que já percebi o quanto me queres. Qual moça não gostaria de ser amada e desposada, por pessoa tão, meiga, romântica? Mas quem manda no amor e no coração? Ainda não chegou a vez, gostaria muito, mas ainda não é você. Te amo de outra forma. Podes me visitar sempre que quiseres, a casa é sua! Fiquei muito triste e retornei. A volta foi mais longa que a ida. Assim que toquei na porta, mamãe: Mauro? Deu tudo certo? Não mamãe! Vá dormir; antes chore e reze. Amanhã conversaremos. Bença pai, bença mãe. Sofri um tempinho até longo, mas como não sou machista, acabei aceitando. E, acreditem ou não, vejam o que aconteceu: chegou à cidade, Ivan, o lindão. Veio lá do interior brabo pra estudar. Rude, bruto, só faltava dar coice! Como nossa cultura era de acolher essas pessoas, recebemos o Ivan e começamos a domesticar o cara. Época em que respirávamos John Travolta, Michael Jackson, Elvis, Led Zepellin. O levávamos às tertúlias pra imitar esses astros e ele incorporou o Elvis; foi incrível. Gostou e foi deixando costeletas.
As meninas eram loucas por ele. Um belo dia, pra minha surpresa, Ivan chega pra mim diz: ei cara, tô precisando de dois favor teu. O que seria? É que tô gostando da Margarida e soube que você ainda gosta dela; então queria saber se você se importa se eu tentar namorá-lá, pode ser? O que é isso amigo, Margarida é livre, o amor é quem manda. Valeu, cara! E o segundo favor? É que eu preciso da tua ajuda pra conquistá-lá. Sou tímido demais e medroso. É, e maluco também. Como é que vou chegar pra Margarida e pedir-lhe em namoro pra ti? Pois me ensina. Danou-se; se eu próprio não a conquistei, como posso te ajudar? Vou arrumar uma estratégia. Olhe, não posso aparecer. Ela é muito minha amiga e não posso decepcioná-la. Mas não é que tudo ficou fácil: Margarida também houvera de se apaixonar por Ivan e tudo se encaixou. Éramos muito amigos, saíamos, fumávamos, bebíamos juntos, isso durou uns dois anos, quando fui embora para a capital e não mais os vi...
Mauro Souza.
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